quarta-feira, 2 de junho de 2010
Vitrine de cinema francês.
Dez longas inéditos no Brasil estão no programa do Festival Varilux, que acontece no Recife, com exibição na Fundação Joaquim Nabuco.
André Dib
andredib.pe@dabr.com.br
A partir de sexta-feira, o Recife recebe uma grande avant-premiére de filmes franceses inéditos no Brasil. É quando começa o Festival Varilux de Cinema Francês, que em sete dias exibirá dez filmes no Cinema da Fundação (Derby). Realizado pela Unifrance com apoio da Embaixada da França no Brasil e da delegação das Alianças Francesas, o evento acontece simultaneamente em mais oito capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Curitiba e Fortaleza.
Há sete anos dedicado a exibir retrospectivas, o Festival Varilux ganhou outra dinâmica em 2010, ao se fundir com o Panorama do Cinema Francês, evento criado em 2009 pela Unifrance, órgão dedicado a promover o cinema francês no mundo. Christian Boudier, da produtora BonFilm, diz que o evento funciona como uma vitrine do que a França, pátria dos pioneiros irmãos Lumiére e George Méliès, está produzindo no momento. "Aliamos a lógica da Unifrance, de trazer artistas para promover o lançamento defilmes, com a identidade do Varilux de estar presente em todo o Brasil".
Apesar do limite de 200 cadeiras do Cinema da Fundação, de acordo com Boudier, o Recife é recordista de público em edições anteriores do Varilux. Pena que os artistas convidados ficarão restritos ao eixo Rio-São Paulo: Anna Mouglalis e Jan Kounen, respecivamente, atriz (e modelo-ícone da marca Chanel) e diretor de Coco Chanel & Igor Stravinsky; Adel Bencherif, ator de O profeta; Bruno Dumon e Julie Sokolowski, diretor e atriz principal de Hadewijch; Frédérique Bel, atriz principal de Faça-me feliz; Jacques Cluzaud, diretor de Oceanos; Laurent Tirard, diretor de O pequeno Nicolau; e Philippe Godeau, diretor de Um outro caminho. Além disso, produtores franceses participam na próxima sexta-feira de encontro no Rio que discutirá condições para um novo acordo de co-produção franco-brasileira, a ser assinado durante o Festival de Cannes.
Com exceção de O profeta e Um novo caminho, que serão projetados em 35mm, toda a programação será exibida em sistema Rain digital. A maioria estreia no Brasil nos próximos meses (O profeta em junho; Nicolau em julho; e Coco Chanel em agosto), mas não há garantia de que os filmes cheguem ao Recife. Um motivo a mais para não perder o festival. "Para o público brasileiro, é uma ótima oportunidade para descobrir um leque diversificado da produção francesa. Temos um documentário ecológico, Oceanos; O profeta, um aguardado filme de autor; Faça-me feliz, uma comédia estranha e absurda; e O pequeno Nicolau, filme infantil assistido por mais de 5 milhões de pessoas na França", diz Boudier.
Para o produtor, o recorde de público atingido por Nicolau e os 3 milhões de bilhetes vendidos para Oceanos em 2010 são indicadores da boa fase do atual cinema francês. "Após uma crise séria nos anos 1990, ele conseguiu se reconectar com o público, que reaprendeu a gostar de filmes franceses. Em 2008, uma pesquisa revelou que 46% do mercado interno está ocupado pelo cinema francês". Ele diz que a estratégia adotada no país utilizou de mecanismos de regulação, apoio à produtoras e distribuidoras de filmes nacionais, que atendem a vários públicos.
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