sexta-feira, 21 de maio de 2010
Polícia vai investigar possível falha no Programa de Proteção à Testemunha
A delegada do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, segue ainda hoje para o município de São José da Coroa Grande a fim de realizar diligências para identificar e prender os responsáveis por uma tentativa de assassinato sofrida por um ex-presidiário de 26 anos, testemunha do caso Jennifer.
Por volta das 11h50 de hoje, a testemunha, que não pode ter o nome revelado, chegou à sede do DHPP e, após prestar depoimento à delegada, deve serguir com os policais para a cidade, no litoral sul do estado, onde teria acontecido o atentado.
A delegada adiantou que, com a ouvida, pretende descobrir como o ex-presidiário foi localizado, apesar de estar sendo protegido pelo Programa de Proteção à Testemunha. Há suspeitas de que o rapaz tenha desobededido regras, como o uso de aparelho de telefone celular. Ainda de acordo com Gleide Ângelo, o diretor de Operações da Polícia Civil, Oswaldo Moraes pediu que o Instituto de Criminalística (IC) realize uma perícia no local do atentado.
O ex-presidiário que teria sido pago por Delma Freire para assumir a culpa do assassinato da alemã Jennifer Kloker contou que sofreu uma tentativa de homicídio na noite de ontem. De acordo com o jovem, um veículo Gol Cinza buzinou em frente à casa onde ele se encontrava, localizada na PE-60, por volta das 23h20. Quando a vítima chegou ao terraço da residência, viu os agressores dentro do carro, que o reconheceram através de uma fotografia que tinham em mãos e começaram a atirar.
A vítima deixou a residência, pulou o muro da casa e se escondeu em um matagal próximo à residência, de onde acionou o 190 pelo telefone celular. De acordo com Sargento Pedro Santos, a polícia chegou ao local por volta da 0h, e o encontrou sentado em um meio-fio da PE-60, com medo de retornar à residência. "Encontramos pelo menos quatro marcas de tiros no local e realizamos diligências na região, mas não conseguimos encontrar nem o carro, nem os homens que tentaram assassinar a vítima", afirma.
Segundo o militar, a vítima reconheceu um dos criminosos. O agressor, identificado apenas pelo apelido de ‘Ito‘ era o motorista de Delma Freire, sogra de Jennifer Kloker, com o qual a vítima teve contato quando recebeu a proposta de R$ 20 mil para assumir a morte da alemã.
De acordo com o delegado Alexandre Henrique, plantonista da delegacia de São José da Coroa Grande, a polícia local ainda não tem maiores informações a respeito de ‘Ito‘. "O local onde a vítima se encontrava foi cedido pelo Programa de Proteção à Testemunha e, por isso, nem os profissionais da cidade sabiam que ele se encontrava escondido aqui. As investigações agora devem identificar como a informação vazou e como os agressores conseguiram chegar até o jovem", afirma.
O caso - Jennifer Marion Kloker foi encontrada morta em fevereiro deste ano, em São Lourenço da Mata. O ex-presidiário concedeu uma entrevista a uma emissora de televisão local assumindo o crime, que era então atribuído a Pablo e Ferdinando Tonelli, companheiro e sogro da vítima, e tinha em Delma Freire, sogra de Jennifer, como suspeita de ser a mentora do assassinato.
O depoimento inocentaria o grupo, mas o jovem desistiu de última hora da disposição de assumir o crime e assumiu a farsa. Ele afirmou que receberia, além dos R$ 20 mil, um passaporte falso para deixar o país. Desde então, o jovem se encontrava no Programa de Proteção à Testemunha, uma vez que temia ser morto, por vingança, pelos homens que trabalhavam para Delma Freire.
Ao fim dasd investigações sobre a morte de Jennifer, a polícia concluiu que Delma, Pablo e Ferdinando, além do ex-presidiário Alexsandro dos Santos - apontado como o autor dos disparos que mataram a alemã - e Dinarte Freire, irmão de Delma, estavam diretamente envolvidos no crime. Todos, exceto Dinarte, foram presos.
Da redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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