terça-feira, 25 de maio de 2010

Concorrentes procuram lucrar com problemas do Facebook.

Recentes investigações sobre a política de privacidade da gigante das redes sociais encorajam empresas menores.

Parece uma missão camicase: uma nova empresa, com um pequeno número de usuários e nenhum capital à altura vai enfrentar o Facebook, gigantesca rede social com mais de 400 milhões de membros e avaliada em US$ 15 bilhões. Apesar das disparidades, um punhado de empresas iniciantes está de olho no setor de redes sociais e com um novo interesse.

Essa nova injeção de confiança partiu, em parte, de uma recente investigação que se concentrou no Facebook, envolvendo revisões feitas na sua plataforma e política de privacidade que encorajam seus membros a tornar as informações pessoais acessíveis a qualquer um na internet. "Este é o momento perfeito para nós", disse Leo Shimizu, cofundador da Pip.io, descrito por ele como um sistema operacional social. "As pessoas estão começando a compreender as limitações do Facebook, enquanto que nós lançamos um produto que oferece o que todo mundo estava querendo e não sabia que existia."

A Pip.io é similar ao Facebook e ao Twitter, uma vez que permite aos seus membros postar atualizações de status, enviar mensagens e se relacionar com amigos. Mas, ao contrário de outros parceiros, o serviço possibilita que seus usuários mantenham em privado uma quantidade maior de informação. O serviço, cuja fase de teste foi concluída em fevereiro, tem somente 20 mil membros registrados - uma gota d água se comparado com o Facebook. Mas Shimizu não se abala. "A oportunidade do mercado aparece uma vez só e cabe a nós tirar o máximo proveito dela", disse ele.

Analistas e especialistas do setor ressaltam que o Facebook já teve que enfrentar inúmeros protestos de internautas nos seus seis anos de vida e todas as vezes saiu ileso, aumentando sempre mais o número de usuários. Para muitos, o website é uma rede insubstituível de parentes e colegas online, o que torna difícil abandoná-lo.

Embora ainda não tenham surgido concorrentes de porte para o Facebook, a companhia pode ter cada vez mais problemas de reputação, de modo que, se algum oponente à altura aparecer, poderá encontrar uma base já pronta de pessoas querendo entrar no barco. É a opinião de Ray Valdes, analista da empresa de pesquisa Gartner . "O Facebook está levando ao limite a zona em que os usuários se sentem seguros", disse Gartner. "Ele certamente plantou uma semente na cabeça de alguns usuários no sentido de procurar uma porta de saída."

Além disso, o que pode encorajar também esses novos empreendedores esperançosos é a inconstância dos frequentadores habituais da internet. Um serviço que está na moda um ano pode facilmente ficar ultrapassado no próximo. "Há sempre um ciclo do que é popular no Vale do Silício", disse Shimizu, citando o declínio de serviços como MySpace, Friendster e AOL. Uma razão importante para o Facebook crescer e se tornar um ponto central do mundo das redes sociais é o seu esforço persistente para melhorar o serviço, acrescentando sempre novos programas, disse Mikolaj Pan Piskorski, professor da Harvard Business School que estuda as redes sociais.

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