sexta-feira, 9 de julho de 2010

Como garoto-propaganda, Kaká escapa do fracasso do Brasil na Copa.


Gustavo Abreu, iG São Paulo.

Mesmo com a derrota em campo, Kaká deve faturar US$ 25 milhões até o final do ano. Ao contrário do que se esperava, o jogador sequer balançou as redes mas, nem por isso, deixou de ser uma superpotência no mercado publicitário. Não exatamente pelos motivos que a maioria das celebridades dos gramados ostenta nas revistas e na TV. Ricardo Izecson dos Santos Leite não tem cara de bad boy, não se envolve em escândalos, não namora top models. Na verdade, mostra fora de campo o rostinho juvenil que transparece inevitavelmente a aura de bom moço.

Disciplinado, (quase) não fala palavrões, se casou com a namoradinha do colégio - Carol Celico - e, juntos, são devotos fervorosos da Igreja Renascer. Depois de oito anos de carreira profissional em campos de futebol, essa fama de engomadinho lhe gerou apenas bom frutos. Bons frutos que, segundo a revista “Forbes”, são estimados em US$ 25 mihões anuais (aproximadamente R$ 45 milhões), em salários e publicidade.

Káká não é apenas o mais cobiçado entre as sogras e os grandes clubes europeus... Pelo menos até agora, ele está no posto de garoto-propaganda dos sonhos para qualquer multi-nacional. Em ano de Copa do Mundo, o “índice Kaká” disparou freneticamente. Entre um intervalo e outro dos jogos, o craque reinou absoluto na publicidade. Falando apenas em Brasil, este ano ele emprestou sua imagem às gigantes Sony, Gillette, Pepsico e Panini. “Durante os jogos do Mundial, seu retorno de mídia é muito maior, e a as vendas evoluem como nunca”, conta o publicitário Paulo Ziliotto, gerente de comunicação da Adidas Brasil. Seu contrato com a marca esportiva é estimado em US$ 4 milhões anuais.

Além disso, somente no primeiro semestre de 2010, de acordo com o M&M Online, Kaká contabilizou 335 comerciais na TV brasileira entre 1º de janeiro e 6 de junho. Segundo José Cirilo, gerente de marketing da Gillette, Kaká se destaca entre os jogadores “tanto pelo comportamento fora dos campos, como por seu trabalho voltado às causas sociais, às ações de caridade e também por ser considerado um ícone exemplar de valores”, disse o representante do grupo Procter & Gamble ao iG Gente. O craque é um dos quatro embaixadores da marca, ao lado do golfista americano Roger Federer, Tiger Woods e Thierry Henri.

No fim de 2010, a Adidas, seu maior contratante, estreia a campanha mundial da etiqueta SLVR outono/inverno, linha focada em moda esporte da marca. O preview do informe foi divulgado na última semana. E, por conta deste contrato, Kaká teve que manter sua postura neutra em meio às críticas feitas sobre a Jabulani, bola oficial do campeonato mundial, para não causar desconforto com a empresa alemã, fabricante do item.

Na Itália, país onde jogou por seis anos à frente do AC Milan, Kaká é um dos rostos da Emporio Armani, marca com a qual desde 2002 já flertava em acordo informal no Brasil. Mas nas fotos da campanha, nada de cuequinha à mostra, como fizeram os companheiros David Beckham e Cristiano Ronaldo. O brasiliense posou de calça jeans, em tom comportado, cena que se repetiu na capa da revist “Vanity Fair” em 2010. “O consumidor quer se espelhar nele. É importante que o patrocinado mantenha uma postura impecável”, justifica Ziliotto, da Adidas.

Além destes, Kaká ainda é destaque ao lado do argentino Felipe Messi e o marfinense Didier Drogba em campanha milhonária da Pepsico, veiculada na Europa e Estados Unidos.

Dentro do campo, a disputa pelo astro de 28 anos não é diferente. Em 2009, o Real Madrid desembolsou 65 milhões de euros (R$ 146 milhões) para “roubá-lo” do Milan, valor pago pelo Grupo Santander, patrocinador do time.

Segundo o site alemão Transfer Markt, especializado em negócios de futebol, esta foi a quarta transferência mais cara na história da modalidade, ficando atrás apenas do português Cristiano Ronaldo, do francês Zidane e do sueco Ibrahimovic. O novo salário de Kaká é estimado em 9 milhões de euros líquidos anuais (R$ 21 milhões).

Na lista dos jogadores que mais faturam no mundo da revista Forbes, Kaká aparece em terceiro lugar, e a receita de US$ 25 milhões (R$ 44 milhões) se iguala a da também brasileira Gisele Bündchen. Na frente deles, estão os metrossexuais e super-estrelas David Beckham e Cristiano Ronaldo

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